Diferenças das redes de dados móveis

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torres de telefonia movelCom a crescente expansão das redes 4G ao redor do planeta, mais uma sigla de conexão mobile passa a fazer parte da lista de protocolos de telefonia móvel existentes. Mas você sabe o que é cada um deles? Ou o que estas siglas significam? Fizemos um dicionário com os principais termos do tipo para explicar como esses padrões evoluíram.

1G

O 1G se refere à primeira geração da tecnologia de telefonia móvel sem fio, analógica, introduzida no começo dos anos oitenta por diversos fabricantes diferentes ao redor do mundo. Ainda muito rudimentar, a tecnologia dependia de modems externos acoplados aos aparelhos para fazer a troca de dados, e tinha velocidades de download que ficavam sempre abaixo dos 10 Kbits por segundo*. Os primeiros aparelhos ligados a essa rede sofriam ainda com outro problema de compatibilidade, já que as primeiras redes móveis de celular não possuíam uma padronização, com cada fabricante buscando uma forma de implantar sua rede de telefonia. “Isso gerava um ônus muito grande para o usuário, porque eram aparelhos incompatíveis, com redes incompatíveis – ainda mais se você pensar em pessoas que migravam entre países, isso era um grande problema”, explica o especialista em Redes de Computadores, consultor na área de Telecom e professor da FIAP, Luís Mateus.

GSM (2G)

Sigla para Global System for Mobile Comunication (ou Sistema Global para Comunicação Móvel, em tradução livre), o GSM, também conhecido como 2G, já mostra logo de cara sua função: o protocolo foi o responsável pela padronização da telefonia móvel. Uma das principais vantagens do 2G é que as conversas passaram de analógicas para a criptografica digital, o que as tornava muito mais eficientes na ocupação do espectro de telefonia, fato que colaborou para a expansão mobile. O GSM começou a ser desenvolvido por países europeus que buscavam o fim dos problemas de incompatibilidade do 1G ainda na década de 80, mas só entrou em atividade em 1991, quando a primeira ligação na rede foi feita. “Foram criados padrões para todos os fabricantes se juntarem, para que falassem a mesma língua e tivessem compatibilidade de qualquer tipo de aparelho em redes pelo mundo inteiro. Foi uma grande revolução”, afirma Luís. As primeiras experiências com a rede já mostravam taxas de transferência de até 97 Kbps (apesar de não ser a velocidade final vista pelo usuário), o que já permitiu pequenos avanços, como o download de e-mails para o celular, por exemplo.

GPRS

Considerada por alguns especialistas a rede “2,5G”, o General Packet Radio Service (ou Serviço de Rádio de Pacote Geral) trouxe uma melhora significativa para as transmissões móveis, aumentando as taxas de transferência de dados em redes GSM – apesar de ainda não chegar no patamar do conhecido 3G. Com velocidades de cerca de 32 Kbps a 80 Kbps para o usuário final, o GPRS trouxe algumas funcionalidades, como a utilização simultânea de dados e voz e o acesso imediato e permanente à rede de dados, que não estavam presentes no GSM. “Não eram taxas tão boas para a experiência de acesso à Internet. Mas empresas de Telecom começaram a usar (a tecnologia) para caixas eletrônicos (ATMs), por exemplo, como uma boa solução para  montar uma ATM sem ter que conversar com a prefeitura para levar cabos elétricos. Para colocar ATMs em um shopping, por exemplo, a parte de infraestrutura ficou muito mais fácil”, explica o professor.

EDGE

Próximo passo da evolução do GPRS, o EDGE, ou Enhanced Date Rates For GSM Evolution (Taxas de Dados Ampliadas para a Evolução do GSM), é uma sigla bem mais conhecida por usuários atuais de telefonia móvel. Apesar de já ser considerado uma tecnologia de terceira geração (3G), o EDGE é chamado por alguns especialistas de “2.75G”, representando mais um degrau na escada de evolução das redes móveis, com uma capacidade de banda de até 236 Kbps. “O EDGE, na parte de dados, foi o limítrofe entre o 2G e o 3G, foi a porta de entrada para as redes 3G”, relata Luís. A tecnologia ainda é muito vista no continente sul-americano, por exemplo, que ainda tem uma grande infra-estrutura de redes 2G em uso. Muitas vezes, smartphones com pacotes de dados 3G podem, de repente, aparecer conectados à rede EDGE, por uma questão de tráfego intenso na rede das operadoras, que voltam o usuário para a rede anterior. “Às vezes você está em uma rede 3G e naquele momento não tem uma ‘vaga’ para você naquela tecnologia, e por uma queda de sinal você volta para o 2G”, diz Luís, explicando que a rede funciona como uma “área de reserva”.

3G

Geração atual e ainda a mais utilizada no mundo, o 3G marcou uma maneira mais eficiente de se navegar na internet em redes sociais e utilizar o smartphone em tarefas do dia-a-dia como comunicação VoIP, em vídeo, mensagens de e-mail e mensagens instantâneas. O 3G passou a ser oferecido em 2001 em regiões como Japão, China e Europa através do sistema UMTS (Universal Mobile Telecommunications System, ou Sistema Móvel de Telecomunicações Universal), oferencendo velocidades que pela primeira vez atingiam a casa dos megabits por segundo. Como a rede não utilizava a mesma frequência de rádio da geração anterior, a adoção do padrão foi mais lenta, já que as operadoras precisaram investir nas novas redes e bandas. Uma das desvantagens do 3G ainda é que, apesar de ter se tornado o novo padrão para smartphones, áreas com baixas coberturas ainda são comuns, principalmente em países como o Brasil, que tem uma cobertura 19{f0ddd99d0dc9d23942e55e4b915d994568c0fc944eee1234202086ddd180547e} pior do que a média global, segundo a empresa britânica de medição de redes de telefonia Open Signal. “Hoje, a infra-estrutura de telecomunicação que nós temos no Brasil ainda é insuficiente para que possamos explorar tudo que a tecnologia 3G ainda tem a oferecer”, afirma Luís. Além da inconveniência das sombras na rede e baixa velocidade média, isso acaba gerando problemas de utilidade para o usuário, como a redução da vida útil de baterias por causa da constante busca por sinal de 3G que os dispositivos precisam realizar.

HPSA (e HPSA+)

Da mesma maneira que algumas vezes passamos do 3G para o EDGE, é possível navegar na rede HPSA, considerada uma evolução do 3G rumo ao 4G (algo como o “3.5G”). Sua sigla significa High Speed Packet Access (ou Pacote de Acesso de Alta Velocidade), que amplifica e melhora o desempenho do 3G através do uso dos protocolos HSDPA e HSUPA. Lançado em 2008 e adotado mundialmente em 2010, o padrão permite velocidades hipotéticas de até 84 Mpbs de download em sua versão mais atual, o HPSA+.

4G

A rede 4G, também conhecida como LTE, sigla para Long Term Evolution (ou Evolução de Longo Prazo), é o padrão mais recente e ainda em implantação pelo mundo, que promete transmissões de dados em bandas ultra largas. Para Luís Mateus, a rede 4G representa um momento importante na área das telecomunicações, no qual o usuário deixa de aceitar uma banda de transmissão menor para se ganhar a mobilidade, o que acontecia até a geração anterior, para passar a exigir ambos em seus dipositivos: portabilidade e banda larga. “Hoje alguém com um tablet não aceita que a velocidade de acesso à Internet seja inferior àquela obtida em casa. A pessoa não vai ligar a mobilidade à nenhum tipo de ônus”, afirma o professor. Teoricamente, o 4G tem potencial para atingir velocidades de até 300 Mbps, mas ainda deve ser muito explorado antes de chegar ao seu máximo potencial. “É uma tecnologia que já prevê velocidades que hoje nós não temos capacidade de atingir”, explica Luís. Atualmente, a Suécia lidera o ranking de países com a melhor velocidade de 4G do mundo, com downloads de 22,1 Mbps para os usuários. “A migração da rede 3G para 4G, em proporções mundiais, não será algo tão rápido, e quando estivermos na rede 4G, vamos ter muita lenha para queimar ainda”, brinca.

Fonte: http://canaltech.com.br/o-que-e/telecom/gsm-edge-hpsa-lte-entenda-as-siglas-de-conexao-mobile